quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A parceria de Zeca e Rildo e uma das melhores entrevistas do Pagodinho

Gosto de todos os discos de Zeca Pagodinho, porém quando ouvimos sua discografia em sequência é possível perceber alguns altos e baixos.

Os dois primeiros trabalhos do sambista, lançados pela RGE, são excelentes. Captam nos arranjos e no repertório todo o clima intuitivo e despojado de Zeca.

O primeiro (Zeca Pagodinho, 1986) foi um arrasa quarteirão em termos de vendagem. Todas as 12 faixas tocaram no rádio. O segundo (Patota de Cosme, 1987) tem em seu repertório clássicos como: Maneiras, Sem endereço, Tempo de Don Don, Feriste um coração e o próprio Patota de Cosme, que dá nome ao disco.

Após esse período, Zeca se transferiu para a RCA e fez alguns discos um tanto irregulares, com arranjos mais POP e faixas que não fazem jus ao seu talento. O melhor disco dessa fase, que durou de 1988 a 1993, é Boêmio Feliz, lançado em 1989.

No final de 1993, Zeca Pagodinho se transferiu para a Universal e sua discografia entrou em outro patamar, ganhando um novo padrão de qualidade. Essa guinada tem um responsável, seu nome é Rildo Hora. Quem trouxe Rildo para a trupe de Pagodinho foi Paulão 07 cordas, que o indicou para produzir o primeiro disco da nova fase, já que o próprio Paulão, cotado para o posto, não queria a função.

Rildo assumiu o posto, no qual se mantém até hoje, e inovou em termos de arranjos e qualidade, incluindo violas, cordas, sopros e outras bossas que o produtor sabe incorporar como ninguém ao samba. Deu também outro fôlego ao repertório de Zeca Pagodinho, incorporando novos compositores, até então nunca gravados pelo sambista.

O primeiro disco dessa nova fase é o excelente Samba pras Moças, de 1995. Foi na maratona de divulgação desse disco que Zeca concedeu uma de suas mais inspiradas entrevistas ao programa Jô Soares Onze e Meia, a qual reproduzimos abaixo:

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