quinta-feira, 18 de novembro de 2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sinhô: o primeiro Rei do Samba

José Barbosa da Silva carregava a alcunha de Sinhô, era conhecido como o “Rei do samba” e foi, sem dúvida, o mais famoso e popular compositor de samba das primeiras décadas do século XX.

O compositor foi um dos primeiros músicos brasileiros a ter uma visão comercial e mais profissional da carreira musical. Dentro dessa visão, foi provavelmente o primeiro a exigir, formalmente, o reconhecimento de sua autoria, com sua assinatura nos discos e um carimbo nas partituras de suas canções. Praticava um tipo rudimentar de jabá, pagando músicos de baile para tocar seus sambas e chegou a formar um grupo de instrumentistas para divulgar pela cidade suas músicas no período pré-carnavalesco.

Sinhô tinha trânsito livre nas camadas mais simples e também nos salões da elite e da intelectualidade carioca. Sabia da importância da aceitação da classe “formadora de opinião” para consolidação do ritmo recém-criado.

O sambista era reconhecidamente um artista muito vaidoso, característica que gerou polêmicas em sua carreira. Alguns dos compositores com quem polemizou foram: Pixinguinha, Hilário Jovino e Heitor dos Prazeres.

A polêmica com Heitor gerou umas de suas declarações mais famosas. Heitor acusou Sinhô de ter plagiado as músicas ‘Ora vejam só’, ‘Gosto que me enrosco’ e ‘Dor de cabeça’ e em resposta compôs ‘O rei dos meus sambas’, que diz assim: “Eu lhe direi com franqueza/ tu demonstras fraqueza/ tenho razão de viver descontente/ és conhecido por bamba/ sendo o rei dos meus sambas”.

Em resposta, Sinhô deu uma declaração que diz muito sobre o modo de compor samba no início do gênero e  que entrou para a história de MPB: “Samba é como passarinho: é de quem pegar.”

Segue foto do compositor e clipe, retirado do Youtube, onde Zeca Pagodinho canta Jura, um dos sucessos de Sinhô.