tag:blogger.com,1999:blog-14475031887061116532024-03-20T12:41:06.466-03:00Aquele SambaO Blog tem o intuito de contar de maneira informal passagens e histórias sobre o ritmo mais tradicional e popular da cultura brasileira. Sem pretensões...como quem conversa e canta "Aquele Samba" com os amigos na mesa de um bar.Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-17732704976832513022012-05-06T18:56:00.000-03:002012-05-06T18:56:15.747-03:00www.aquelesamba.com.brCaros amigos,<br />
<br />
O blog mudou de cara e de endereço. Muitas novidades estão à caminho.<br />
Agradeço a todos que cutem o blog desde de 2010 e convido a continuarem acompanhando no <br />
<a href="http://www.aquelesamba.com.br/">www.aquelesamba.com.br</a>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-90947606390435154662012-05-01T17:58:00.003-03:002012-05-01T17:59:34.212-03:00O Sambista e o Trabalho<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Calibri;">Viver dignamente e sustentar uma família
a partir da música nunca foi tarefa fácil no Brasil. Poucos conseguiram. Para
garantir o pão de cada dia, muitos dos maiores expoentes de nosso samba
exerceram profissões tradicionais (ou nem tanto) durante a vida.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Calibri;">O Divino Cartola era servente de pedreiro
quando adotou o chapéu coco em seu visual e ganhou o apelido que o consagrou.
Já na velhice, foi redescoberto por Stanislaw Ponte Preta trabalhando como
lavador de carros em uma garagem no Centro do Rio. Nelson Cavaquinho foi policial
e conheceu a boemia patrulhando os morros cariocas. Mestre Candeia também e,
nessa condição, foi parar em uma cadeira de rodas. Zeca Pagodinho foi apontador
de jogo do bicho ou “corretor zoológico” como o próprio prefere nomear a
profissão. O polivalente Ary Barroso foi um dos maiores radialistas do Brasil, além
de locutor de futebol e político. Walter Alfaiate adotou como sobrenome a
profissão de uma vida. O grande Wilson Moreira, vejam só, foi carcereiro até se
aposentar. Dona Ivone Lara só se dedicou inteiramente ao samba após a
aposentadoria de uma carreira dedicada à enfermagem e à assistência social.
João Nogueira trabalhou na Caixa Econômica e Wanderlei Monteiro no Banco do Brasil.
Martinho da Vila foi Sargento do Exército Brasileiro. Meu compositor Paulista
preferido, Paulo Vanzolini, é zoólogo altamente renomado nos meios acadêmicos.
O grande Moacyr Luz criou o Samba do Trabalhador, que lota o Clube Renascença no
Andaraí nas tardes de segunda, e, bem antes disso, Martinho da Vila gravou o
Samba do Trabalhador de Darcy da Mangueira que reproduzimos abaixo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Calibri;">E tem gente que diz que sambista é
vagabundo.</span></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/QnaL1wF9XsM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
</div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-55492008173011622722012-04-29T18:27:00.000-03:002012-04-29T18:35:05.692-03:00A Rosa de Pixinguinha<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Calibri;">Pausa na roda de samba para falarmos
de uma das mais belas canções da História do Choro: a valsa Rosa do Mestre <span class="st"><span style="color: #222222;">Alfredo da Rocha Viana Filho, o
Pixinguinha. Um primor tanto na versão original, sem letra, quanto na versão
mais conhecida com letra de Otávio de Souza. Além da beleza ímpar, a música
possui algumas curiosidades. Vamos a elas.<o:p></o:p></span></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="st"><span style="color: #222222; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Calibri;">Segundo
o próprio autor, a valsa foi composta em 1917 e o título original era Evocação.
Como manda a regra e a tradição do Chorinho, a música foi composta em três
partes. Mais tarde, recebeu letra apenas para primeira e segunda partes e foi
gravada e regravada muitas vezes dessa forma. Há alguns anos atrás, a versão
original, em três partes e sem letra, foi regravada para o box Choro Carioca,
Música do Brasil lançado pela gravadora Acari.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="st"><span style="color: #222222; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A letra de Rosa é um capítulo à parte.
Rebuscada, parnasiana e lindíssima foi composta pelo improvável Otávio de
Souza. Otávio era um mecânico de profissão que morreu jovem e nunca compôs nada
parecido com Rosa. Um compositor de uma única música, uma obra prima. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="st"><span style="color: #222222; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Calibri;">Conta
a lenda que Otávio se aproximou de Pixinguinha enquanto o Mestre bebia em um
bar do subúrbio carioca para falar que havia uma letra que não saía de sua
cabeça toda vez que ouvia a valsa. Pixinguinha ouviu e ficou maravilhado.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span class="st"><span style="color: #222222; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">A
gravação do grande Orlando Silva foi a responsável pela popularização de Rosa, com erro de
concordância e tudo no trecho </span></span>"sândalos dolente". Francisco
Alves e Carlos Galhardo deixaram de gravar Rosa por terem se recusado a gravar
Carinhoso (coisas da MPB!). Outra curiosidade é que Rosa era a canção preferida
da mãe de Orlando, Dona Balbina. Após sua morte, em 1968, Orlando jamais voltou a
cantar a canção.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Abaixo a gravação clássica de
Orlando e a mais recente de Marisa Monte.<span class="st"><span style="color: #222222; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/W9Ezhz9OUZ4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://1.gvt0.com/vi/JpLWr_5COfE/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/JpLWr_5COfE&fs=1&source=uds" />
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</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A roda fica na esquina das ruas do Mercado e Ouvidor, coração do Rio Imperial e simpático ponto cultural atualmente, existe desde 2007 e é um dos 05 melhores sambas do Rio de Janeiro, me arrisco a afirmar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Chegando ao Centro do Rio deparei-me com um fim de tarde maravilhoso, uma roda na calçada, rodeada por botequins da melhor qualidade. O escolhido para prover as geladas e petiscos foi o “Kamikase”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O samba é brilhantemente comandado por Gabriel Cavalcante, seu cavaquinho certeiro e sua voz grave e potente, herança direta dos melhores seresteiros e boêmios que outrora cantaram por aquelas bandas. Gabriel da Muda, como também é conhecido, é tijucano, músico desde criança e fiel escudeiro do mestre Moacyr Luz no Samba do Trabalhador do Renascença e demais andanças pelo Brasil.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A base harmônica e rítmica é composta apenas por instrumentos tradicionais e o ponto alto da roda de samba é o repertório. Que repertório! Sem concessões, como dificilmente se vê por aí. Sambas antigos, alguns quase inéditos, de Mangueira e Portela se misturam a clássicos do gênero. Quando se canta Candeia, por exemplo, as escolhas fogem do óbvio e privilegiam canções menos famosas, porém igualmente belas.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O ambiente é tranquilo e familiar, formado por gente de todas as idades e tribos. Destaque para os músicos que frequentam e participam eventualmente. Luciana Rabello, a maior cavaquinista que esse País tem, estava lá.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Voltarei outras vezes e recomendo altamente.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Como é bom saber que existem lugares assim, onde o verdadeiro samba é cultuado e apreciado. O Samba da Ouvidor é prova viva que o verdadeiro samba é imortal.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Segue link para o blog dos caras e foto tirada no evento:</span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><a href="http://sambadaouvidor.blogspot.com.br/">http://sambadaouvidor.blogspot.com.br/</a> <o:p></o:p></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtOk8ThNSp2AIvqddG0BlOmFRH7jE90hoG-eKhfn0TDX0Cexz0FXz7yMtR81oYByATDGvPZzs7DThjvTFIB4v_BIIvIHl5tmw8I7b5xP4miGgyZ-xX6UNm8hrNf3M6ox-btK8nwtbZaWz-/s1600/IMG_0162.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtOk8ThNSp2AIvqddG0BlOmFRH7jE90hoG-eKhfn0TDX0Cexz0FXz7yMtR81oYByATDGvPZzs7DThjvTFIB4v_BIIvIHl5tmw8I7b5xP4miGgyZ-xX6UNm8hrNf3M6ox-btK8nwtbZaWz-/s320/IMG_0162.JPG" width="320" /></a></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-90648983464810647822012-03-11T12:26:00.002-03:002012-03-11T12:32:26.017-03:00Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito: uma parceria de papel passado (ou quase).<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times New Roman;"> </span></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Já contei aqui um pouco da história do gênio do samba e da boemia, Nelson Cavaquinho. É sabido que, para descolar uns trocos, Nelson vendia seus sambas sem qualquer critério e, por esse motivo, tem em sua obra parceiros que nunca souberam o que é compor uma melodia ou um verso de samba e muitos sambas de sua autoria que sequer levaram seu nome.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A grande exceção é Guilherme de Brito, seu grande parceiro da vida toda. Guilherme e Nelson se conheceram na década de 1940 e foi Nelson quem colocou Guilherme nos trilhos dos redutos boêmios do Rio de Janeiro.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Até então, Guilherme, que já se arriscava como compositor, mantinha uma rotina diária de trabalho batendo cartão na mítica Casa Edison.<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Guilherme de Brito, nascido em Vila Isabel, conheceu Nelson tocando em botecos nos arredores de Ramos e a empatia foi imediata. Nelson se encantou tanto com o novo parceiro musical que o fez jurar fidelidade musical. Logo ele, que não era fiel nem aos seus próprios sambas. A coisa foi tão séria que Nelson tentou registrar em cartório o trato feito com Guilherme de Brito, fato que só não aconteceu, pois o funcionário riu e explicou para a dupla que tal registro não era possível.<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Mesmo sem registro em cartório, a parceria musical entre Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito é uma das mais inspiradas páginas da MPB. Clássicos de lirismo e melancolia ímpares surgiram dessa união.<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Abaixo, duas “pedradas”: A flor e o Espinho e Quando eu me chamar saudade.<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Fv87MhvVDgY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-66568073564885060902012-01-25T20:24:00.000-03:002012-01-25T20:24:40.916-03:00A parceria de Zeca e Rildo e uma das melhores entrevistas do Pagodinho<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Gosto de todos os discos de Zeca Pagodinho, porém quando ouvimos sua discografia em sequência é possível perceber alguns altos e baixos. <o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Os dois primeiros trabalhos do sambista, lançados pela RGE, são excelentes. Captam nos arranjos e no repertório todo o clima intuitivo e despojado de Zeca. <o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">O primeiro (Zeca Pagodinho, 1986) foi um arrasa quarteirão em termos de vendagem. Todas as 12 faixas tocaram no rádio. O segundo (Patota de Cosme, 1987) tem em seu repertório clássicos como: Maneiras, Sem endereço, Tempo de Don Don, Feriste um coração e o próprio Patota de Cosme, que dá nome ao disco.<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Após esse período, Zeca se transferiu para a RCA e fez alguns discos um tanto irregulares, com arranjos mais POP e faixas que não fazem jus ao seu talento. O melhor disco dessa fase, que durou de 1988 a 1993, é Boêmio Feliz, lançado em 1989.<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">No final de 1993, Zeca Pagodinho se transferiu para a Universal e sua discografia entrou em outro patamar, ganhando um novo padrão de qualidade. Essa guinada tem um responsável, seu nome é Rildo Hora. Quem trouxe Rildo para a trupe de Pagodinho foi Paulão 07 cordas, que o indicou para produzir o primeiro disco da nova fase, já que o próprio Paulão, cotado para o posto, não queria a função.<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Rildo assumiu o posto, no qual se mantém até hoje, e inovou em termos de arranjos e qualidade, incluindo violas, cordas, sopros e outras bossas que o produtor sabe incorporar como ninguém ao samba. Deu também outro fôlego ao repertório de Zeca Pagodinho, incorporando novos compositores, até então nunca gravados pelo sambista.<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">O primeiro disco dessa nova fase é o excelente Samba pras Moças, de 1995. Foi na maratona de divulgação desse disco que Zeca concedeu uma de suas mais inspiradas entrevistas ao programa Jô Soares Onze e Meia, a qual reproduzimos abaixo:</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/r0fm2tDsYfY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/MMbLRN5tCyE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/JLrQhNVQbeU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-18329479936145280302011-11-29T17:57:00.011-03:002011-11-29T18:24:07.521-03:00Nelson Sargento: um sambista de vários talentos<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><o:p><span style="font-family: Times New Roman;"> </span></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="color: #15222b; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nelson Sargento é, sem dúvida, um dos maiores sambistas ainda vivos e um dos baluartes da Estação Primeira de Mangueira.</span><span style="color: #15222b; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="color: #15222b; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nelson passou a morar em Mangueira ainda criança. Foi criado por Alfredo Português, figura notória e respeitada no morro. Logo de cara, o ainda rapaz, passou a andar e aprender coisas do samba e da vida com os bambas. Cartola, Nelson Cavaquinho, Aloísio Dias e Carlos Cachaça eram companhias constantes nas noites de samba e boemia. O "sobrenome" Sargento é herança dos tempos de Exército.</span><span style="color: #15222b; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="color: #15222b; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sua fantástica memória ajuda a preservar histórias, tradições e sambas antigos e ainda inéditos da Verde e Rosa. Foi membro da ala de compositores da Escola e compôs sambas de enredo inesquecíveis como “Vale do São Francisco” em 1948 e o antológico “Cântico à natureza” de 1955, considerado um dos mais belos de todos os tempos.</span><span style="color: #15222b; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="color: #15222b; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nos anos 60, participou ativamente das rodas de samba do Zicartola, do espetáculo Rosa de Ouro e foi integrante dos conjuntos A voz do morro e Os cinco crioulos.</span><span style="color: #15222b; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="color: #15222b; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Além de sambista e autor de vários clássicos do gênero, Nelson Sargento é renomado pintor, tendo realizado diversas exposições de seus quadros de estilo primitivo. Artista de múltiplos talentos, também fez participações como ator na TV e em filmes.</span><span style="color: #15222b; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Times New Roman;"> </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/1az5An5NfSQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/koUBvU8I5h4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-53235215122682481162011-11-20T18:46:00.002-03:002011-11-20T18:55:30.983-03:00O Jogo de Caipira e o Partido-Alto<div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Em vários sambas e partidos tradicionais há citações sobre o Jogo de Caipira, mas pouca gente sabe do que se trata o tal jogo e que ele possui profunda relação com os fundamentos do Partido-alto.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">O Jogo de Caipira nada mais é do que um simples jogo de azar amplamente praticado nos morros e subúrbios cariocas e em outras regiões brasileiras no século passado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Trata-se de um jogo de dados atirados sobre um tabuleiro com seis casas numeradas. Os jogadores fazem suas apostas, tentando adivinhar a casa onde o dado irá cair. Quem comanda o jogo é o banqueiro, a quem cabe à função de atirar os dados.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">A ligação com o Partido-alto está exatamente na função do banqueiro que, ao atirar os dados sobre o tabuleiro, o faz declamando letras (ou lérias, como diziam os antigos), refrãos e frases ritmadas baseadas no folclore e no dia-a-dia das camadas populares.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Um bom exemplo de samba que fala do Caipira está no primeiro disco de Zeca Pagodinho, lançado em 1986. Samba de Nei Lopes e Sereno que resgata o clima dos versos cantados pelo banqueiro e demais participantes do jogo.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">PS- Barra Mansa está no samba (!), remetendo à tradição da cultura popular do Vale do Paraíba, mas isso ainda será assunto de outros posts.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/RWDFy2JGAv8?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-23724158124987775052011-10-09T20:19:00.002-03:002011-10-09T21:38:08.194-03:00O Trio Mocotó e o Samba Rock<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">O Trio Mocotó nasceu em São Paulo no ano de 1968, mais precisamente na mítica Boate Jogral. Seus integrantes eram contratados da boate para atuar como banda de apoio dos artistas que lá se apresentavam.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pelo palco da badalada boate paulistana passaram artistas como Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Paulo Vanzolini e até, pasmem, artistas internacionais do quilate de Dizzie Gillespie e Duke Ellington.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Uma das canjas mais freqüentes na boate acabou resultando numa clássica parceria da MPB. De tanto tocar com Trio na Boate Jogral, Jorge Ben acabou fazendo deles sua banda oficial. A formação original Fritz Escovão, Nereu Gargalo e João Parayba gravou com Jorge Ben os antológicos discos: Jorge Ben (1969), Força Bruta (1970) e Jorge on Stage (live in Japan) de 1971.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O nome, Trio Mocotó, vem de uma gíria da época e é resultado da popularização da minissaia, que deixava à mostra o mocotó das meninas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Da discografia da banda, merecem destaque: Muita Zorra! Ou são coisas que glorificam a sensibilidade atual, de 1971, onde está o hit Coqueiro Verde; Trio Mocotó, de 1973 e Samba Rock, lançado em 2001. O disco de 2001, lançado em banca de jornal, marcou a volta do Trio em sua formação original e mostrou que eles estavam em plena forma.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abaixo, um especial da TV Cultura, gravado em 1971, e o clipe de Voltei Amor, do disco de 2001.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/omihcU2UujM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/WLIs5ILf4wk?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-24783564835241553832011-07-27T19:11:00.003-03:002011-07-27T19:22:06.613-03:00Sobre Herivelto, Dalva e cabelos brancos<div style="text-align: justify;">Herivelto Martins foi um grande compositor, uma liderança na luta pelos direitos da classe artística e uma personalidade controversa. Seu relacionamento turbulento com Dalva de Oliveira, uma das maiores estrelas da MPB de todos os tempos, deu origem a inúmeros escândalos e era sempre um prato cheio para a imprensa da época.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esse relacionamento foi narrado em detalhes em um belo e emocionante livro, escrito pelo filho do casal Pery Ribeiro, chamado Minhas duas estrelas: uma vida com meus pais Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, Editora Globo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um de seus maiores sucessos foi composto em São Paulo num momento em que Herivelto já havia se separado de Dalva. O compositor passava uma temporada no bairro do Jabaquara, hospedado na casa do irmão, por conta da participação em um filme rodado na capital paulista.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Numa tarde em que fazia compras em uma quitanda próxima à casa do irmão, percebeu que duas senhoras falavam muito mal de sua ex-mulher Dalva de Oliveira. A situação o deixou muito magoado pensando que as duas senhoras estavam falando, pois haviam notado sua presença. Herivelto então, pensou em pedir que as duas parassem e respeitassem sua presença, que respeitassem ao menos seus cabelos brancos. Ao voltar para casa, fez toda a primeira parte da música. A curiosidade contada pelo próprio compositor era que àquela altura ainda não possuía nenhum fio de cabelo branco.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Retornando ao Rio mostrou a “primeira” que havia composto para o amigo e parceiro de composição Marino Pinto. Finalizaram a segunda parte juntos, após visitarem vários bares durante uma noite de boemia. Estava pronto mais um clássico da MPB: cabelos brancos. Uma das muitas músicas que Herivelto Martins fez para seu grande amor Dalva de Oliveira.<br />
<br />
Abaixo, link da excelente interpretação de Cabelos Brancos pelo conjunto vocal Quatro Ases e um Coringa, gravada em 1951.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://3.gvt0.com/vi/zASA_KQc1I8/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/zASA_KQc1I8&fs=1&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><embed width="320" height="266" src="http://www.youtube.com/v/zASA_KQc1I8&fs=1&source=uds" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-85628806209386199442011-06-25T12:03:00.002-03:002011-06-25T12:08:19.094-03:00Como nasce um samba: "Eu heim, Rosa!"<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">João Nogueira e Paulo César Pinheiro eram grandes amigos, no samba e na vida. Houve uma época em que João começou a insistir para Paulo compor com ele um samba nos moldes dos que Paulo fazia com Baden Powell. Um samba cheio de malandragem, nas palavras de João Nogueira: “um samba de esculachar mulher que larga homem”, no estilo de “Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá) ” e “Falei e disse”.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quem explica essa linhagem de samba é o próprio Paulo César Pinheiro: “esse tipo de samba é pra uma linha melódica determinada, não cabe em qualquer melodia, se não souber fazer fica vulgar. Mesmo esculhambando a madame, tem que ser fino e elegante. Tem que usar palavras incorporadas à fala criativa do malandro. A gíria tem que ser antiga, já incorporada ao Português. Se usar gíria nova, corre o riso de ficar datado se a gíria não pegar.”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">João sempre tocava no assunto e vivia repetindo uma expressão que seria utilizada no samba “Eu heim, Rosa!”, mas mostrar música que é bom nada. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Certa segunda-feira, João vai até São Cristovão buscar Paulo César para uma noitada de samba no Teatro Opinião. Lá pelas tantas, Paulo resolve provocar o amigo dizendo que achava que João tinha perdido a inspiração, que estava muito devagar, pois já não conseguia fazer um simples samba.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Bastou à provocação para João Nogueira virar bicho e mandar Paulo ligar “a porra do gravador” que sempre levava consigo. João saiu cantando sem parar, o que passava em sua cabeça. A melodia do samba ficou pronta inteira, em minutos. Paulo nunca havia visto nada tão rápido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Semanas depois, já com a letra pronta, Paulo César Pinheiro foi mostrar o resultado para João Nogueira. João não se lembrava de nenhuma frase que tinha feito e achou que era gozação. Paulo teve que mostrar a fita gravada para um estupefato João que, ao chegar ao final da audição, arrematou bem ao seu estilo: “Eu heim, Rosa!”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segue o samba, um dos sucessos da dupla João Nogueira e Paulo César Pinheiro:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/T475PHo63FM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-87043505897182039902011-04-19T17:29:00.004-03:002011-04-19T17:53:23.956-03:00O Poeta da Vila e sua declaração de amor ao Estácio<div style="text-align: justify;">Noel Rosa sempre foi um grande admirador dos bambas do Estácio e do jeito de fazer samba criado naquela região. É possível perceber claramente a influência do estilo de sambistas como Bide e Marçal na obra do Poeta da Vila Isabel.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Certa feita, Noel pôde traduzir em música sua admiração pelo samba e pelos sambistas do Estácio. Em 1935 estava sendo produzida no Rio uma peça de teatro em que várias vedetes cantariam músicas em homenagem aos bairros da cidade. A Revista se chamava Rio Folis. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A vedete Ema D’Ávila, recém chegada ao Rio vinda de Porto Alegre, era a encarregada de cantar o quadro em homenagem ao Estácio, contudo ainda não tinha a canção. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aí entra Noel que, sendo grande fã da turma do Estácio, prontificou-se a compor o samba de um dia para o outro. No dia seguinte e na hora marcada, Noel Rosa chega ao teatro com seu violão e vai pedindo desculpas, pois a canção não estava “grande coisa” já que havia sido feita às pressas. Desnecessário dizer que o samba é mais uma das obras primas do gênio de Vila Isabel.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Curioso é que, uma semana depois em um bilhar, Noel Rosa encontrou Aracy de Almeida, famosa por ser uma das principais intérpretes da obra do compositor, que lhe pediu uma samba inédito para gravar. Noel então escreveu num papel a letra de “O X do Problema”. Aracy gravou e passou toda sua carreira achando erradamente que a canção fora composta para ela, porém “O X do Problema” nada mais é que o samba composto para a peça acima citada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No vídeo, Roberta Sá interpretando mais uma obra prima de Noel Rosa.</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/rtPzD4I-ukI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-46305793949707413422011-03-31T14:08:00.001-03:002011-03-31T14:34:49.980-03:00As polêmicas do "compositor" Noite Ilustrada<div style="text-align: justify;">O cantor Noite Ilustrada nasceu Mário Sousa Marques Filho em Pirapetinga, no dia 10 de abril de 1928. Seu nome artítico foi dado pelo comediante Zé Trindade, que comandava em Além Paraíba- MG a revista musical Noite Ilustrada, onde o jovem Mário começou tocando violão. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além de violonista e intérprete renomado, Noite foi autor de alguns sambas e é exatamente seu lado compositor que o envolveu em algumas polêmicas durante sua carreira. Duas delas, envolvendo os dois maiores compositores do samba paulista, motivaram o texto de hoje.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A primeira polêmica envolveu Noite Ilustrada, Adoniran Barbosa e a música “Bom dia tristeza” (parceria de Adoniram e Vinícius de Moraes). Parceria intermediada e, depois de pronta, gravada com sucesso pela cantora Aracy de Almeida em 1957. Anos mais tarde, o cantor espalhou ser ele o verdadeiro autor da música. Noite Ilustrada afirmava que o próprio Adoniran havia pedido para compor a melodia para a letra de Vinícius e que ficou surpreso ao ver seu nome limado da parceria no disco de Aracy. Adoniran nunca polemizou nem se deu ao trabalho de responder as acusações. Certa feita, um programa de rádio que recebia o cantor, telefonou e colocou Adoniran no ar para falar sobre as acusações. O compositor, elegantemente, apenas declarou: “deixa isso pra lá”. Todos que conviveram com Adoniram Barbosa sequer cogitaram a possibilidade do compositor ter roubado a autoria de um samba.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A segunda envolveu Noite Ilustrada, seu maior sucesso e o grande Paulo Vanzolini. De acordo com Paulo, o cantor chegou a afirmar em um programa na Rádio Bandeirantes que era o verdadeiro autor de “Volta por cima”, enorme sucesso desde 1963 na voz de Noite. Para seu azar, dessa vez, o locutor do programa era o radialista Henrique Lobo, primo de Vanzolini, que acompanhou a composição da música e desmentiu a “revelação” no ar, durante o programa. Em 2002, ao regravar sua obra na caixa “Acerto de contas” pela Biscoito Fino, Vanzolini deixou de fora o mais famoso intérprete de “Volta por cima” e declarou sobre Noite Ilustrada: “Mário é um ótimo cantor, mas um tremendo de um mau-caráter.”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No vídeo, Noite ilustrada e seu maior sucesso, a famosa interpretação do samba de Paulo Vanzolini.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/BI8dBBDL0CU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-43035151875442347532011-03-20T19:49:00.002-03:002011-03-20T20:07:04.561-03:00Como nasce um samba: Portela na avenida<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pedido de esposa não se nega e foi assim que esse clássico do samba nasceu. Clara Nunes, então esposa de Paulo César Pinheiro, encomendou ao marido um samba em homenagem a sua escola de coração.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todos os membros da ala de compositores da Portela já haviam feito seu samba homenageando a agremiação. Acontece que depois de 1970, quando Paulinho da Viola compôs o hino “Foi um rio que passou em minha vida” a tarefa ficou difícil. Dez anos já haviam se passado sem que nenhum samba no mesmo nível fosse criado. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O mangueirense Paulo César Pinheiro aceitou a missão de criar um novo samba exaltando a azul e branco de Osvaldo Cruz. O compositor convidou o amigo Mauro Duarte para a parceria que se empolgou com a idéia e trouxe o primeiro esboço da música.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dias se passavam e nada da inspiração chegar e fazer nascer o samba, P.C. Pinheiro estava prestes a desistir e deixar a composição pra depois.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi aí que, numa manhã em casa, Paulo se pôs a olhar para o cantinho de Clara, onde havia um altar que misturava os orixás do candomblé e os santos católicos. No centro, em destaque, havia uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nesse momento, o compositor conta, tudo ficou claro, o que ele vinha buscando estava ali. A mistura do sagrado e do profano seria a tônica da música. O manto azul da santa era a escola e seus componentes entrando na avenida, a procissão do samba, a águia (símbolo da escola) seria a a pomba do Espírito Santo e o altar a Apoteose para onde se dirigiam os fiéis.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Paulo César Pinheiro atendeu o desejo de sua mulher e criou mais um clássico falando da Portela, sucesso absoluto na voz de Clara Nunes. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“Portela na Avenida” ao lado de “Foi um rio que passou em minha vida” são as duas músicas mais bonitas que exaltam a azul e branco. São os dois sambas utilizados para esquentar a escola na avenida antes do desfile oficial.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/ET53OU-krfk?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-79600350240768245202011-02-25T22:03:00.004-03:002011-02-26T10:45:13.659-03:00Como nasce um samba: As rosas não falamA História de uma das músicas mais conhecidas e bonitas do mestre Cartola começa, curiosamente, fora do Brasil, em um encontro entre dois brasileiros na Alemanha.<br />
<br />
Nuno Veloso, amigo e parceiro de Cartola, encontrou o violonista Baden Powell e combinou uma visita quando ambos voltassem ao Brasil. O encontro ocorreria na casa de Baden na Barra da Tijuca.<br />
<br />
De volta ao Brasil, Nuno procurou Cartola e Dona Zica para que o casal o acompanhasse na visita ao famoso violonista. Os três rodaram por horas e não conseguiram encontrar a casa de Baden Powell. <br />
<br />
Para desculpar-se do fiasco e fazer um agrado à Zica, Nuno passou por uma floricultura e comprou-lhe umas mudas de roseira.<br />
<br />
As mudas foram plantadas no jardim da casa de Cartola e Zica e, tempos depois, Zica ficou surpresa com a quantidade de rosas desabrochadas, perguntando à Cartola:<br />
<br />
- Cartola, vem ver! Por que é que nasceu tanta rosa assim?<br />
<br />
- Não sei Zica, as rosas não falam.<br />
<br />
Cartola ficou com a frase na cabeça, pegou o violão e a canção nasceu inteira.<br />
<br />
Tal fato aconteceu às vésperas do mestre completar 67 anos. Cartola disse que “As rosas não falam” foi o presente que deu a si mesmo naquele ano.<br />
<br />
Em seguida, a música em sua versão original, lançada no segundo disco de Cartola. Leiam também a biografia escrita por Marília Barboza da Silva e Arthur de Oliveira Filho. <br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/te2HfDsXcXs?rel=0" title="YouTube video player" width="480"></iframe>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-3642659860698461272011-02-13T09:01:00.001-03:002011-02-13T09:07:25.673-03:00Monarco da Portela<div style="text-align: justify;">“Se eu for falar do poeta, hoje eu não vou terminar...”</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Parafraseando o próprio homenageado, assim terminava o samba de 2005 da Unidos do Jacarezinho cujo enredo enaltecia o compositor Monarco.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lembro com carinho de lotarmos um ônibus para torcer pelo samba enredo composto pelos então companheiros de roda de samba Barbeirinho do Jacarezinho e Baianinho do Pandeiro (Gilson Bernini também está na parceria), que saiu vitorioso na grande final e foi cantado na avenida naquele ano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há muito a falar de Hildemar Diniz, que recebeu o apelido de Monarco ainda menino, aos seis anos de idade. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nasceu em Cavalcante e foi criado em Oswaldo Cruz (Berço da Azul e Branco), onde desde muito cedo foi seduzido pelas rodas de samba que lá ocorriam. Ainda em Cavalcante, Monarco ouvia falar de Paulo da Portela e seus sambas e quando se mudou quis logo saber onde ficava a Portela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aos 11 anos, começou a compor sambas para blocos do subúrbio. Faz parte da ala de compositores da Portela desde 1950, tendo como padrinho e grande incentivador o compositor Alcides Malandro Histórico, um de seus principais parceiros. (Um parênteses: a curiosa alcunha, Malandro Histórico, deve-se à espetacular memória de Alcides para recuperar histórias e sambas dos bambas do passado.) Atuou também como Diretor de Harmonia da Escola.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Monarco estudou até o terceiro ano primário e trabalhou como feirante, contínuo e guardador de carros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na década de 60, saiu da Portela e foi para a Unidos do Jacarezinho. Lá, ficou alguns anos, compôs alguns sambas e voltou para sua Portela onde está até hoje. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além de compositor e cantor, toca cavaquinho e percussão. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Monarco é hoje figura de destaque e líder da Velha Guarda da Portela, posição que assumiu após o falecimento de Manacéia. Seus sambas fizeram e fazem sucesso na voz de cantores como Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. Sérgio Cabral já o chamou de historiador do samba por citar histórias e personagens da Portela e de outras Escolas em suas composições. Sua voz grave é uma de suas marcas registradas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em 2004 foi lançada sua biografia pela série Perfis do Rio, escrita por Henrique Cazes. Em 2005, foi enredo da G.R.E.S. Unidos do Jacarezinho e ganhou a medalha Pedro Ernesto, homenagem concedida pela câmara de vereadores do Rio de Janeiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Monarco é pai de Mauro Diniz (grande arranjador e um dos principais cavaquinistas do Brasil) e Marquinhos Diniz (integrante do Trio Calafrio e autor de vários sucessos) e avô de Juliana Diniz (atriz e cantora).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">São de sua autoria: Lenço, Tudo menos amor, O quitandeiro, Passado de Glória, Coração em desalinho, Vai vadiar, entre muitas outras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Monarco e a Velha Guarda da Portela emdocumentário da TV Japonesa (1998)<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/pkBOE6WJu9c?rel=0" title="YouTube video player" width="480"></iframe><br />
<br />
Velha Guarda da Portela em DVD de Zeca Pagodinho cantando sucesso de Monarco (2006).<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/ReRNeL1aNgE?rel=0" title="YouTube video player" width="480"></iframe>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-87030281323498651352011-01-25T17:52:00.004-03:002011-01-25T20:57:32.278-03:00O sambista de calçada e o Clube do Samba<div style="text-align: justify;">João Nogueira gostava de ser chamado de “sambista de calçada” para se diferenciar dos bambas oriundos do morro. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O compositor nasceu em 12 de novembro de 1941 e, desde cedo, teve contato com mestres da MPB como Pixinguinha, João da Baiana e Donga. Seu pai, além de advogado, era também violonista e conhecido Chorão. João contava com orgulho que o pai chegou a tocar até com Noel Rosa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Antes de se dedicar exclusivamente ao samba, trabalhou como vendedor, vitrinista e na Caixa Econômica Federal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Começou a compor no Bloco Labaredas do Méier, que desfilou em vários carnavais com sambas de sua autoria. Em 1970, teve seu primeiro samba gravado (Corrente de Aço) por Elisete Cardoso. Seu principal parceiro é Paulo César Pinheiro e a principal intérprete de suas composições, Clara Nunes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Integrou a Ala de Compositores da Portela durante muitos anos e, mais tarde, juntou-se ao grupo de dissidentes que fundou a Escola de Samba Tradição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em 1979, como reação à invasão da discoteca e da música internacional, fundou o Clube do Samba, reunindo compositores, músicos, jornalistas e amantes da música brasileira. O clube realizava pagodes no quintal da casa de João Nogueira no Méier, bailes na sede do Flamengo e um bloco de carnaval. O bloco desfila até hoje na Avenida Rio Branco. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">João gravou um total de 18 discos e morreu de enfarto no ano 2000. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abaixo, vídeos históricos: a inauguração do Clube do Samba e o dia em que o Clube homenageou o mestre Cartola. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><iframe allowfullscreen="" class="youtube-player" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/uRF-5npsqTo" title="YouTube video player" type="text/html" width="480"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><iframe allowfullscreen="" class="youtube-player" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/X3_qq8586oQ" title="YouTube video player" type="text/html" width="480"></iframe></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-59031180881004225692011-01-09T07:03:00.008-03:002011-02-23T19:58:38.587-03:00Stanislaw, Haroldo e a Divina<div style="text-align: justify;">Muitas pessoas creditam a Sérgio Porto, o famoso Stanislaw Ponte Preta, a criação do apelido “a Divina” para a cantora Elisete Cardoso. Além dele, o poeta Vinícius de Moraes já se auto-intitulou criador da alcunha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na verdade foi o ator principal da peça Orfeu da Conceição, de Tom e Vinícius, Haroldo Costa o primeiro a chamar Elisete de “Divina”. <br />
<br />
Haroldo, além de ator, compositor e produtor cultural era muito amigo de Elisete e de Sérgio Porto. Era tão amigo de Sérgio Porto que, quando o cronista precisou viajar, pediu a Haroldo que escrevesse pra ele a coluna assinada por Stanilaw Ponte Preta no jornal Última Hora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Durante o período em que escreveu a coluna, Haroldo Costa teve o cuidado de imitar muito bem o estilo de Sérgio Porto para que os leitores não percebessem a troca de redatores. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto escrevia a coluna, Haroldo recebeu a notícia da vitoriosa temporada de shows que Elisete Cardoso vinha realizando na boate Oásis em São Paulo. Ficou tão feliz com o êxito da amiga que resolveu inventar e publicar na coluna de Stanislaw que o sucesso fora tão grande que um grupo de pessoas apareceu na boate portando uma grande faixa com os dizeres “Elisete, a Divina”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estava então criada, no ano de 1956, a alcunha pela qual a cantora passou a ser conhecida até o final de sua vida. Apenas sete anos depois foi que Elisete Cardoso, restabeleceu a verdade quanto ao verdadeiro criador do apelido e, a partir daí, sempre que a pergunta era feita em alguma entrevista, Elisete respondia que o criador do apelido foi “Haroldo Costa, um crioulo muito bonito e meu grande amigo”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No vídeo, Elizete Cardoso canta um de seus grandes sucessos "Naquela mesa", música escrita por Sérgio Bittencourt em homenagem ao pai, Jacob do Bandolim.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/4OUTNlty00w?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-76980208915070356062010-11-18T16:10:00.000-03:002010-11-18T16:10:17.782-03:00Aquele Samba no TwitterAgora também no Twitter, sigam!<br />
<a href="http://www.twitter.com/@aquelesamba">www.twitter.com/@aquelesamba</a>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-81604511380594728172010-11-02T19:53:00.003-03:002010-11-03T16:41:06.524-03:00Sinhô: o primeiro Rei do Samba<div style="text-align: justify;">José Barbosa da Silva carregava a alcunha de Sinhô, era conhecido como o “Rei do samba” e foi, sem dúvida, o mais famoso e popular compositor de samba das primeiras décadas do século XX.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O compositor foi um dos primeiros músicos brasileiros a ter uma visão comercial e mais profissional da carreira musical. Dentro dessa visão, foi provavelmente o primeiro a exigir, formalmente, o reconhecimento de sua autoria, com sua assinatura nos discos e um carimbo nas partituras de suas canções. Praticava um tipo rudimentar de jabá, pagando músicos de baile para tocar seus sambas e chegou a formar um grupo de instrumentistas para divulgar pela cidade suas músicas no período pré-carnavalesco.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sinhô tinha trânsito livre nas camadas mais simples e também nos salões da elite e da intelectualidade carioca. Sabia da importância da aceitação da classe “formadora de opinião” para consolidação do ritmo recém-criado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O sambista era reconhecidamente um artista muito vaidoso, característica que gerou polêmicas em sua carreira. Alguns dos compositores com quem polemizou foram: Pixinguinha, Hilário Jovino e Heitor dos Prazeres.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A polêmica com Heitor gerou umas de suas declarações mais famosas. Heitor acusou Sinhô de ter plagiado as músicas ‘Ora vejam só’, ‘Gosto que me enrosco’ e ‘Dor de cabeça’ e em resposta compôs ‘O rei dos meus sambas’, que diz assim: “Eu lhe direi com franqueza/ tu demonstras fraqueza/ tenho razão de viver descontente/ és conhecido por bamba/ sendo o rei dos meus sambas”. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em resposta, Sinhô deu uma declaração que diz muito sobre o modo de compor samba no início do gênero e que entrou para a história de MPB: “Samba é como passarinho: é de quem pegar.” </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segue foto do compositor e clipe, retirado do Youtube, onde Zeca Pagodinho canta Jura, um dos sucessos de Sinhô.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi44oI-OEDCBhBJRiUliSxOBmGomBu_-N-u2SeSeyW_kDrlqyRx_IpKlzDZG1QNmwldGpY7Hng9djoLNYUGCEaojEOGapxkSeRhzzQdZoy23wkJ1prSd2ua-DwqvCRmpYsnXbrEUSyR6arw/s1600/sinho.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi44oI-OEDCBhBJRiUliSxOBmGomBu_-N-u2SeSeyW_kDrlqyRx_IpKlzDZG1QNmwldGpY7Hng9djoLNYUGCEaojEOGapxkSeRhzzQdZoy23wkJ1prSd2ua-DwqvCRmpYsnXbrEUSyR6arw/s1600/sinho.gif" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/XHMxjKTin_4?fs=1&hl=pt_BR&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/XHMxjKTin_4?fs=1&hl=pt_BR&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-15615178045379450022010-09-14T18:36:00.008-03:002011-02-23T19:59:57.631-03:00Como nasce um samba: Renascer das Cinzas<div style="text-align: justify;">Após um ano em que a Vila Isabel fez um péssimo desfile e caiu para o 2º grupo, Martinho da Vila e outros integrantes da escola foram ter com o então governador Chagas Freitas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
O intuito do encontro era convencê-lo a manter a Vila na elite das escolas de samba e o argumento utilizado era que em Vila Isabel o político tinha muitos votos. Motivos apresentados e, após ouvirem do próprio Governador que o desfile fora mesmo muito ruim, armou-se uma virada de mesa e, naquele ano, nenhuma escola caiu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fato é que, no bairro de Noel, muita gente não gostou da história e preferia que a Vila voltasse para o 1º grupo por seus próprios méritos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No ano seguinte, os ensaios começaram, contudo o clima de desanimo ainda reinava em Vila Isabel e o povo não queria saber de participar. A lembrança do fiasco no carnaval anterior deixava a quadra vazia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Vendo essa situação, Martinho resolveu organizar um grito de carnaval com feijoada e compôs um samba para alegrar a comunidade. Para o compositor, a Vila tinha morrido e era preciso “renascer das cinzas”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O samba foi lançado na quadra, onde o povo cantava e chorava de emoção ao ouvir a canção sendo cantada pela primeira vez. A partir daí, as pessoas voltaram a participar e tudo voltou ao normal em Vila Isabel.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abaixo, o áudio (retirado do youtube) de Renascer das cinzas, música de Martinho da Vila lançada no clássico álbum CANTA CANTA MINHA GENTE de 1974.</div><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/hh16Gs-g3sc?fs=1&hl=pt_BR&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/hh16Gs-g3sc?fs=1&hl=pt_BR&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-49167628196027079282010-07-19T21:54:00.006-03:002010-07-19T22:36:09.104-03:00Didi: o advogado sambista<div style="text-align: justify;">O Dr. Gustavo Baeta Neves era formado em Direito, Procurador da República e advogado de grandes empresas. Já nas rodas de samba, era conhecido como Didi, um dos maiores e mais vitoriosos compositores de samba-enredo de todos os tempos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Didi cresceu na Ilha do Governador e ganhou seu primeiro samba em 1955, quando tinha apenas 18 anos. Nessa época a União da Ilha ainda desfilava em seu bairro de origem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para a escola da Ilha do Governador, compôs sambas memoráveis, que fazem parte de qualquer antologia do gênero, como: <em>O amanhã (1978), O que será (1979), É hoje (1982) e Um herói, uma canção, um enredo (1985)</em>. Também foi bem sucedido no Salgueiro, onde ganhou duas disputas de samba, na segunda metade da década de 60. Uma curiosidade é que os sambas ganhos na escola da Tijuca não foram assinados para não prejudicar a imagem de Didi no meio jurídico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No ano de 1991, recebeu a maior homenagem que um sambista pode receber, foi tema do desfile de sua escola do coração. A União da Ilha contou na avenida a história do compositor que se dividia entre a vida boêmia e a formalidade do Poder Judiciário. O enredo <em>De bar em bar: Didi um poeta</em> empolgou a Sapucaí e prestou justa homenagem a um dos grandes compositores do carnaval brasileiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O samba, até hoje muito cantado nas rodas de samba, é de autoria de Franco e foi interpretado pelo grande Aroldo Melodia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No vídeo, imagens raras da extinta TV Manchete.</div><br />
<br />
<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/-lpQHMKsPV8&hl=pt_BR&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/-lpQHMKsPV8&hl=pt_BR&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-49672050995541037072010-03-21T12:43:00.006-03:002010-07-19T19:45:15.677-03:00O dia em que a Portela se zangou com Paulinho da Viola<div style="text-align: justify;">A Velha guarda da Portela costuma saudar seu padrinho Paulinho da Viola em suas apresentações com um samba que diz “Antigamente era Paulo da Portela, agora é Paulinho da Viola”. São versos que comparam Paulinho ao principal baluarte da Escola de Oswaldo Cruz, dando a dimensão da importância de Paulinho para a Portela.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Porém, em pelo menos uma ocasião, o clima ficou estranho entre Paulinho da Viola e sua escola de coração. Ocorreu que o compositor e poeta Hermínio Bello de Carvalho apresentou a Paulinho uma poesia que havia feito em homenagem à Mangueira e pediu ao amigo que musicasse. Melodia posta, a letra de Hermínio aliada à música de Paulinho resultou no belíssimo samba “Sei lá, Mangueira”, até hoje uma das maiores declarações de amor à Verde e Rosa. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Samba tornou-se rapidamente conhecido e causou ciúme entre os portelenses. Como é que um ilustre compositor da Portela era capaz de fazer um samba tão bonito em homenagem à outra escola? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Paulinho da Viola viu-se então, na obrigação de fazer uma canção em homenagem à Portela para redimir-se. Começava a surgir aí outro clássico do gênero. O compositor conta no documentário “Meu tempo é hoje” que, quando criança, costumava assistir aos desfiles na Avenida Rio Branco. Foi a lembrança de um deles, em que a Portela invadiu a avenida com seu azul ao som da população que gritava “Portela, Portela... já ganhou!”, que inspirou-lhe a compor, tempos mais tarde “Foi um rio que passou em minha vida”, um dos sambas mais importantes da história da Portela e que serviu para acabar de vez com a polêmica.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No mesmo filme, o compositor narra a emoção de ver este samba sendo cantado pela primeira vez na avenida. No ano de 1970, Natal (presidente da Escola à época) pediu que “Foi um rio que passou em minha vida” fosse cantado antes do início do desfile. O samba foi acompanhado em coro pela multidão emocionada. Logo depois, a Portela desfilou com seu samba-enredo oficial daquele ano, porém, antes mesmo do desfile acabar, as primeiras alas voltaram a cantar o samba de Paulinho e foram até a Central do Brasil ao som de “Foi um rio que passou em minha vida”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quem saiu ganhando neste episódio foi sem dúvida o samba, que ganhou dois de seus maiores clássicos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sei lá, Mangueira. (Hermínio Bello de Carvalho/ Paulinho da Viola)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi um rio que passou em minha vida. (Paulinho da Viola)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/%3Cobject%20width=%22480%22%20height=%22385%22%3E%3Cparam%20name=%22movie%22%20value=%22http://www.youtube.com/v/MGjn6xhKdN8&hl=en_US&fs=1&rel=0%22%3E%3C/param%3E%3Cparam%20name=%22allowFullScreen%22%20value=%22true%22%3E%3C/param%3E%3Cparam%20name=%22allowscriptaccess%22%20value=%22always%22%3E%3C/param%3E%3Cembed%20src=%22http://www.youtube.com/v/MGjn6xhKdN8&hl=en_US&fs=1&rel=0%22%20type=%22application/x-shockwave-flash%22%20allowscriptaccess=%22always%22%20allowfullscreen=%22true%22%20width=%22480%22%20height=%22385%22%3E%3C/embed%3E%3C/object%3E"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/MGjn6xhKdN8&hl=en_US&fs=1&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/MGjn6xhKdN8&hl=en_US&fs=1&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
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<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/xKkEYx2SoxU&hl=pt_BR&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/xKkEYx2SoxU&hl=pt_BR&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1447503188706111653.post-4219565771817055062010-03-17T08:56:00.008-03:002010-04-16T17:35:35.094-03:00A baiana Mariene<div style="text-align: justify;">Muito se fala na tal “nova geração do samba” e de sua relevância. Debates e mais debates são iniciados em todo tipo de mídia para discutir quem são os novos sambistas, qual a relevância desses novos artistas e para onde o samba está indo. E, apesar e com a contribuição desse tipo de discussão, o samba vai seguindo seu caminho, mantendo suas tradições e, simultaneamente, renovando-se. O samba não precisa de grandes rupturas e revoluções, escreve sua história na cadência de uma boa batucada.</div><div style="text-align: justify;">Nesse contexto, certamente um dos nomes mais importantes dos novos artistas de samba é o da cantora baiana Mariene de Castro. A cantora vem fazendo, sem alarde, um trabalho de valorização e popularização do que há de mais importante na cultura popular, sobretudo no tradicional Samba de Roda da Bahia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mariene não é nenhuma novata, tem 15 anos de carreira, muitos shows, prêmios recebidos e um CD gravado. Seu excelente repertório inclui canções de tradicionais compositores baianos como Roque Ferreira (Abre Caminho e Vi mamãe na areia) e Walmir Lima (Ilha de Maré), sambas de roda do Recôncavo Baiano, Ijexás, Cocos, Cirandas e tudo mais relacionado à cultura popular. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A cantora já fez shows no exterior e em várias cidades do Brasil e participou dos DVDs de Daniela Mercury , Beth Carvalho e Samba Social Clube vol3. Porém seu trabalho mais especial é o Projeto Santo de Casa, um show semanal que já passou por vários espaços da cidade de Salvador e que atualmente é realizado no Espaço Cultural Barroquinha (uma antiga Igreja próxima ao Centro Histórico). No projeto, a cantora canta seu repertório acompanhada de uma excelente banda(pode-se ouvir a sonoridade de instrumentos tradicionais como atabaques, violas, berimbaus e acordeon), recebe convidados da música, das artes plásticas, exibe documentários, etc. Um mergulho na autêntica cultura popular.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sua interpretação é carregada de emoção e está no mesmo nível das maiores cantoras da história do samba. Existe um DVD gravado ao vivo no Projeto Santo de Casa pronto para ser lançado. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abaixo, o clipe de Abre Caminho (Roque Ferreira/ J. Veloso/ Mariene de Castro), gravado nas duas Festas de Largo mais importantes de Salvador, a Lavagem do Bonfim e a Festa de Iemanjá. Além disso, a versão ao vivo da mesma música e de Ilha de Maré (Walmir Lima/ Lupa), gravadas no Projeto Santo de Casa.</div><br />
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</div><div style="text-align: justify;">O samba sempre foi um grande instrumento de representação da realidade. Através de uma pesquisa das letras de samba é possível compreender a história, os costumes e o jeito de ser do povo brasileiro ao longo do tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Exemplos não faltam para confirmar: podemos citar a descrição do típico malandro da primeira metade do século passado feita por Wilson Batista (que passa gingando, provoca e desafia), a vida do Pequeno Burguês de Martinho da Vila que sofre para conciliar o trabalho e as responsabilidades de chefe de família com sua faculdade particular (aquela do diretor careca), o candidato Caô Caô cantado por Bezerra da Silva que subia o morro sem gravata, dizendo que gostava da massa, tomava cachaça e outras coisas mais, só para conseguir os votos da comunidade e, por fim, os tempos de hiperinflação cantados por Beth Carvalho onde um saco de dinheiro comprava apenas um quilo de feijão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao pensar em uma música atual que tivesse esse perfil de crônica, lembrei-me imediatamente de Polícia e Bandido, samba-rap composto por Arlindo Cruz, Franco e Acyr Marques e cantado por Marcelo D2 e Leandro Sapucahy.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Apesar de receberem críticas severas de uma parte dos sambistas mais puristas: o primeiro (Marcelo D2) por não ser um “sambista autêntico” e ter influências de Rock, Hardcore e Rap e o segundo (Leandro Sapucahy), por ter iniciado sua carreira tocando e produzindo grupos de pagode brega como BokaLoka e Desejos, o fato é que o assunto aqui não é o valor artístico dos cantores e sim, a análise da importância do samba como crônica.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Neste quesito, “Polícia e Bandido” é um relato preciso de uma das tristes faces da realidade brasileira atual: a violência urbana e o cotidiano de quem convive diretamente com ela. A música lançou Leandro em carreira solo, tocou nas rádios de várias partes do Brasil e fez parte da trilha sonora do filme Tropa de Elite</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Às vezes, uma canção nos faz compreender a realidade com mais intensidade do que a leitura do jornal diário. Às vezes, um samba nos faz pensar mais do que uma edição do Jornal Nacional.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Música: Polícia e Bandido ( Arlindo Cruz/ Franco/ Acyr Marques)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Intérpretes: Marcelo D2 e Leandro Sapucahy </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/%3Cobject%20width=%22480%22%20height=%22385%22%3E%3Cparam%20name=%22movie%22%20value=%22http://www.youtube.com/v/bTIDzlu51TI&hl=en_US&fs=1&rel=0%22%3E%3C/param%3E%3Cparam%20name=%22allowFullScreen%22%20value=%22true%22%3E%3C/param%3E%3Cparam%20name=%22allowscriptaccess%22%20value=%22always%22%3E%3C/param%3E%3Cembed%20src=%22http://www.youtube.com/v/bTIDzlu51TI&hl=en_US&fs=1&rel=0%22%20type=%22application/x-shockwave-flash%22%20allowscriptaccess=%22always%22%20allowfullscreen=%22true%22%20width=%22480%22%20height=%22385%22%3E%3C/embed%3E%3C/object%3E"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/bTIDzlu51TI&hl=en_US&fs=1&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/bTIDzlu51TI&hl=en_US&fs=1&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object></a></div>Kaiohttp://www.blogger.com/profile/06565318536416954934noreply@blogger.com0