Esta história mostra um pouco da perseguição que os pioneiros do samba sofriam.
João da Baiana costumava andar com seu pandeiro, mostrando seus sambas pelo Rio de Janeiro e muitas vezes era detido, tinha seu instrumento confiscado e/ou quebrado pela polícia.
Certa vez, o músico foi convidado para tocar em uma festa na casa do poderoso Senador Pinheiro Machado, expoente político da época, e não compareceu.
Dias depois, o Senador quis saber o motivo da ausência e João da Baiana explicou que havia sido preso na Festa da Penha sob a única acusação de estar portando um pandeiro. Pinheiro Machado encomendou então um pandeiro novo para presentear o sambista com a seguinte dedicatória: a minha admiração João da Baiana- Senador Pinheiro Machado.
A partir daí, toda vez que João da Baiana era abordado pela polícia, mostrava o pandeiro assinado e, coincidência ou não, nunca mais foi incomodado.
O jornalista Sérgio Cabral conta em depoimento registrado no DVD comemorativo dos 40 anos de carreira de Beth Carvalho outra história que ilustra a relação entre a polícia e os pioneiros do samba. Quem contou-lhe a história foi Donga.
O sambista relatou que toda vez que um homem, geralmente negro, era detido pela polícia por vadiagem uma das primeiras providências tomadas era verificar se o homem possuía calos nas pontas dos dedos. Em caso afirmativo, concluía-se que o preso tocava violão. E aí, nas palavras de Donga, “era pior do que ser comunista”.
Abaixo, fotos dos grandes João da Baiana e Donga:
Nenhum comentário:
Postar um comentário